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  • Foto do escritorGabriela Braun

Empatia: criando crianças emocionais.


Empatia

Outro dia gravei um vídeo falando um pouco sobre o poder da empatia na educação dos filhos. Para mim, essa é a mais linda ferramenta de conexão com nossos filhos, pois é através da empatia que conseguimos pensar com a cabeça da criança. Conforme a definição, empatia significa: “capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.” Ou seja, a capacidade de nos colocarmos no lugar da outra pessoa e vivenciar aquilo que ela esta vivendo. Muitas pessoas confundem sentir simpatia pelo sentimento de alguém como empatia. Você acredita que sermos empáticos à outra pessoa é fácil? Quantas vezes você já conseguiu vivenciar essa experiência de fato?

Quando nos tornamos adultos conseguimos ter empatia por situações vivenciadas por outros adultos, no entanto, temos dificuldades em conseguir fazer isso com uma criança porque, na maioria das vezes, já não lembramos mais como é pensar como ela, de aprender como ela aprende. Quer um exemplo? Um bebê aprende muito através dos sentidos – tato, olfato, paladar, audição e visão. Logo que eles aprendem a segurar objetos é muito comum joga-los longe diversas vezes, escutando o barulho que fazem ao cair no chão e aguardando para ver se o objeto retorna para suas pequenas mãozinhas. Às vezes achamos engraçado eles jogarem o objeto longe, até que nos cansamos de juntar, olhamos para o bebê e falamos: você esta fazendo de propósito, se jogar mais uma vez no chão eu não vou juntar! Sinto dizer, mas um bebê ainda não possui a capacidade de racionalizar ao ponto de fazer algo de propósito. Empatia é a capacidade de pensarmos como o outro. O bebê só estava querendo aprender.

Uma criança chega em casa depois da escola e diz aos pais que esta chateada porque brigou com o colega e escuta como reposta que ela não precisa se sentir desse jeito porque isso vai passar, ao mesmo tempo que os pais respiram aliviados por ser apenas “mais uma bobagem de crianças”. Casos como esses parecem bobos e cotidianos e poucas vezes paramos para refletir qual o verdadeiro jeito de sermos empáticos com as crianças.

Como pais não precisamos ter insigths milagrosos ou nos formamos em psicoterapia para podermos ajudar nossos filhos. A empatia esta na nossa capacidade de saber ouvir, estar presente para aquilo que esta acontecendo dentro da outra pessoa, seus sentimentos e necessidades daquele momento. Ouvir com ouvidos de adulto e pensar com cabeça de criança. E dessa forma que conseguiremos ajudar nossos filhos a se compreenderem melhor e saber lidar com aquilo que estão sentindo.

Mais do que formar pessoas capazes de lidar com os desafios da vida adulta precisamos nos preocupar em formar pessoas capazes de lidar com seus próprios sentimentos. Compreender as emoções é a chave para compreendermos o outro. Saber nomear aquilo que sentimos nos torna aptos para termos a habilidade de nos colocar no lugar do outro.

Tem dias que meu filho não quer ir à escola. Pergunto a ele o motivo e a resposta é sempre a mesma... Porque não. Então preciso vestir meu uniforme de detetive oficial e tentar buscar pistas do que esta por trás daquele porque não, pensar um pouco como ele


. Ah, mas isso leva tempo, alguns podem pensar. Sim, é verdade, não vou mentir. Criar filhos capazes de compreender as suas emoções demanda tempo, dedicação, prestar atenção aos detalhes. No entanto, tenho convicção que isso tudo economizará um tempo danado no futuro, quando eles serão capazes de se compreenderem e agirem integrando a razão e emoção.

Precisamos voltar a criar seres humanos capazes de olhar para si mesmos e para o outro com o mesmo amor. As crianças nascem puras e capazes de sentir empatia, nós só precisamos manter viva essa chama dentro delas.

“Quando escutamos os sentimentos e necessidades das outras pessoas paramos de vê-las como montros.” Marshall Rosenberg

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