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  • Foto do escritorGabriela Braun

Sinta o presente!

Há alguns anos atrás li um livro que se chama "The Help" - traduzido para o português como "A Resposta". O livro gerou o filme com o mesmo nome Histórias Cruzadas. Já assisti o filme umas vezes e cada vez que vejo tenho percepções novas. Em meio a esse pequeno recesso de final de ano, estava em casa naquele momento "desconectada do mundo", sentada no sofá, com o controle da televisão na mão, sem saber o que exatamente eu estava buscando. Entre um passar de canal e outro parei naquele exibia o filme Histórias Cruzadas. Mesmo já tendo visto, fiquei. Ao reassisti-lo fiquei refletindo sobre a capacidade do ser humano de subjugar outros seres humanos. O filme fala sobre como os negros eram tratados, em especial, as mulheres negras, em uma pequena cidade chamada Jackson, localizada no estado do Mississipi, EUA na década de 1960. Em meio a diversos conflitos raciais, a autora nos mostra como era a vida das empregadas negras dentro das casas dos brancos. Sendo completamente subjugadas pelas patroas, essas empregadas negras criavam as crianças brancas com mais amor do que as próprias mães. Dedicando suas vidas a servir, elas cuidavam, educavam as crianças que no futuro, seriam patroas e patrões dos seus próprios filhos, reproduzindo o mesmo modelo de subjugação que a sociedade instituía. Crianças que, muitas vezes, não recebiam nenhuma atenção das suas mães e pais, mas que tinham toda atenção dessas empregadas. Em determinada passagem do filme, que esta representada na imagem desse texto, a empregada reforça para a criança que ela cuidava o quanto ela era boa, esperta e importante, porque a mãe era incapaz de perceber essas características na filha.


E, em período de reflexões de final de ano, fiquei pesando sobre os padrões que nós continuamos a reproduzir inconscientemente. Aquele modelo mental de educação que recebemos e reproduzimos automaticamente sem questionar, sem refletir se faz sentido ou não. Estamos tão preocupados com o que nossos filhos irão ser que esquecemos de olhar para quem eles são hoje. E quando esquecemos de viver o hoje, entramos no piloto automático da reprodução de padrões... Por isso resolvi escrever esse post. Em uma época de confecção de muitos planos e metas, te convido a olhar para o hoje. Quem é você hoje? Quem é seu filho hoje? Com isso, não estou dizendo que fazer planos não é importante, pelo contrário. No entanto, te convido a viver o presente e não o futuro. Te convido a perceber quem seu filho é e não gerar expectativas sobre quem ele será. Te convido a viver esse minuto, em que você esta lendo esse texto. Você leu todo? Apenas uma parte? Em que esta pensando? Com pressa de passar para o próximo post ou, quem sabe, pensando nas coisas que ainda precisa fazer antes do ano terminar?

Meu desejo para você nesse 2020 que inicia, é que você seja o presente! E permita que seu filho possa ser também. Dessa forma, talvez, possamos começar a romper com tantos padrões que reproduzimos sem sequer pensar sobre eles.

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