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  • Foto do escritorGabriela Braun

Quando nossos filhos se tornam nossos produtos


Outro dia, conversando com uma mãe falávamos sobre as exigências que a sociedade nos impõe a respeito dos filhos. Ela me relatava um caso onde a escola exigia que seu filho passasse a se comportar de determinada maneira para se “enquadrar” na turma e acompanhar o desenvolvimento da sua faixa etária.

O primeiro sentimento dela ao receber a cobrança da escola foi vergonha. Ficou envergonhada porque seu filho não estava atingindo o padrão de qualidade desejado para conviver naquela escola. E foi então que, durante a conversa, utilizei esse termo: produto. Nossos filhos passaram a serem produtos dentro de uma sociedade que exige certo padrão de qualidade para que eles possam circular pelas prateleiras da vida.

Rosseau, sabiamente escreveu que a primeira tarefa da educação é ensinar as crianças a serem elas mesmas. Frequentemente as escolas esmagam os desejos das crianças com os desejos de outros que lhes são impostos. E nós mães e pais precisamos estar atentos a isso permanentemente. Não é fácil ouvir que seu filho esta atrasado em determinada fase de desenvolvimento. Sentimos-nos responsáveis por não conseguir enquadra-los e saímos logo procurando respostas para as possíveis causas desse atraso. Ficamos sem dormir, preocupados porque nosso produto talvez sofra algum tipo de discriminação por ser “diferente”.

Quando falamos de crianças, não tem receita de bolo. Filho não vem com manual porque é único. Não há uma criança no mundo igual à outra. E é exatamente por isso que, quando se trata de educar crianças, não existe certo ou errado. Temos o que é adequado para cada pessoa, cada família. Podemos ter dicas, técnicas que auxiliem no processo de educação, mas precisamos ter a clareza que quando utilizamos algo que funcionou com outra criança, mas não funcionou com seu filho o defeito não esta nele. Ele, simplesmente, precisa de outra abordagem.

Cada vez mais buscamos formulas mágicas para educar nossos filhos e torna-los as melhores pessoas que podem ser. Educação é um exercício de convivência, exemplo e paciência. É estar junto, acompanhar e observar o que faz o olho do seu filho brilhar. Porque quando conseguimos ver isso, estamos permitindo que ele siga o seu propósito nessa vida. O mundo é padrão, e ser padrão é chato. Se você for ficar incomodado com as cobranças dos outros sobre as tuas ações, você vira padrão. Osho dizia que, ter medo da opinião dos outros é a maior escravidão do mundo.

Minha dica para você é que quando receber alguma critica ou opinião sobre o comportamento do seu filho analise se, de fato, aquilo que esta sendo apontado faz sentido e esta de acordo com os seus valores e, principalmente, que benefícios isso trará para a vida da criança. Lembre-se sempre que, o principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de realizar coisas novas e não, simplesmente, repetir o que as outras gerações já fizeram. Só assim deixaremos de criar “produtos” para criar pessoas.


maternidade alem do infinito gabriela braun

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