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  • Foto do escritorGabriela Braun

O que faz uma mãe feliz?

Uma pesquisa realizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, de Portugal, revelou que para 38% das mães analisadas, educar os filhos foi muito mais desafiador do que esperavam. A pesquisa analisou ainda o nível de felicidade das mulheres entrevistadas e o fator determinante foi o parceiro dessas mães. As quatro características dos parceiros que definem o grau de felicidade das mulheres são: participar de forma ativa nas tarefas domésticas, ouvir o que elas têm a dizer, dedicar tempo à mulher e ser carinhoso e atencioso.

A pesquisa foi realizada em Portugal, mas é possível termos uma ideia de como funciona a divisão de responsabilidades dentro dos lares. As mulheres são responsáveis por 74% das tarefas domesticas, mostrando que essa divisão esta longe de ser igualitária. “No cuidado e educação dos/das filhos/as, as mulheres também suportam mais que o triplo de trabalho que o pai. A mulher se ocupa, em média, de 73% das tarefas relativas ao cuidado e educação dos/ das filhos/as e o pai de 21%. Dos 6% restantes ocupam-se familiares ou empregados domésticos. Os casais com filhos/as que considerados «equilibrados» no cuidado com os pequenos são mais de um terço (35%). Já entre os casais em que a mulher trabalha fora, a situação é um pouco melhor e 43% dos casais são considerados simétricos na divisão de cuidados com as crianças.” *



Quando li isso sabe o que pensei? Que, mesmo com todo o discurso da mídia e redes sociais sobre divisão de tarefas, para as mulheres que não trabalham fora ou que empreendem de casa, os homens entendem que a responsabilidade por manter um lar organizado e filhos educados é somente dela. Triste né? Esse é o real pensamento que existe por traz da maioria dos discursos “igualitários” que ouvimos por ai. E sabe o que mais me entristece? A maioria das mulheres com quem converso se sente verdadeiramente responsável por dar conta do lar e da educação dos filhos sozinha porque ela é quem passa mais tempo em casa.

Eu senti isso na pele quando larguei meu emprego publico para me tornar empreendedora. Passei a trabalhar em casa e, por uma escolha minha, reduzi o tempo do meu filho na escola para apenas meio turno. Junto com isso, acabei acumulando todas as tarefas da casa que antes eram feitas, na grande maioria, pelo meu marido. Ainda temos muito do modelo “homem provedor” dentro de nós. E isso nos faz acumular toda responsabilidade não só pela gestão do lar, mas também pela educação dos filhos. Não é algo simples de mudar, mas se não quisermos passar mais um século vivendo isso, é preciso começar. Pequenos passos. Nossos filhos observam nossos exemplos. Se você diz para seu filho que ele precisa colaborar em casa e segue fazendo tudo pelo seu marido, ele esta observando. E vai crescer com esse modelo. Se você é a única a se preocupar com a lição de casa, com as notas das provas, com as vacinas, corte de cabelo, hora do banho e jantar do seu filho, é isso que ele esta observando e aprendendo.



Mexer nisso pode doer. Porque será preciso mudar paradigmas, mudar mindset. É preciso muita conversa honesta e tranquila, com respeito mútuo. Homem e mulher possuem habilidades e capacidade de aprender a educar uma criança e cuidar de um lar igualmente. E se, de verdade, nos importamos com o tipo de seres humanos que estamos deixando para o mundo, precisamos começar a olhar para dentro dos nossos lares, para dentro dos nossos corações, para dentro dos nossos pensamentos.


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