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  • Foto do escritorGabriela Braun

Meu filho tem ataques de birra, e agora?


Quem nunca vivenciou um ataque de birra de uma criança? Esse talvez seja um dos maiores desafios da maternidade, conseguir se conectar com a criança durante um desses ataques. Certa vez, quando estava grávida do meu filho, presenciei uma cena em um supermercado. A criança com, aproximadamente, quatro anos de idade queria que a mãe comprasse uma caixa de chocolates. Ao escutar o primeiro não a cena toda começou. Ela estava sentada dentro do carrinho de compras e, imediatamente após receber o não, começou a gritar e chorar ao mesmo tempo. Quanto mais a mãe tentava controlar a situação, mais alto a criança gritava e mais se debatia dentro do carrinho. Talvez com vergonha, num estado de cansaço visível, aquela mãe começou a colocar várias caixas de chocolate dentro do carrinho, torcendo para que isso acalmasse aquele pequenino ser que parecia ter se transformado em um monstro de 5 metros de altura.

Chocada com a cena que presenciava, jurei a mim mesma que jamais meu filho faria uma cena daquelas. Até o dia que ele teve o seu primeiro ataque de birra em público, dentro de uma livraria, num dos maiores shoppings de Porto Alegre. Sabe qual foi a primeira lembrança que tive quando ele começou a berrar e se debater porque não podia levar pra casa um DVD da Galinha Pintadinha? Lembrei daquela mãe, no supermercado, cansada e com vergonha, sem saber o que fazer, carregando o peso do julgamento das pessoas que observavam a situação. A partir daquele dia, prometi que jamais julgaria uma mãe novamente e que travaria uma batalha para que outras mães fizessem o mesmo.

Cada família tem a sua historia, sua maneira de viver, seus valores. Se for assim, como podemos julgar alguém se não estamos vivendo sua história? Desde o dia que meu filho teve o seu primeiro ataque de birra (acredito que é inevitável, todas as mães passam por isso, mais cedo ou mais tarde), sempre que vejo uma mãe passando por isso em publico eu logo penso em abraçá-la e dizer: calma, vai ficar tudo bem. Porque é isso que ela quer ouvir, acredite – que tudo ficará bem.

São tantas inseguranças, tantos medos, tantas informações e opiniões divergentes sobre a forma de educar crianças que, muitas vezes, esquecemos de perguntar e olhar para o lugar mais importante: nosso coração. Quando seguimos nosso coração podemos até estar errando, mas errar com amor faz toda diferença nesse mundo. Vocês talvez estejam cansadas de me ver falando que para educar filhos não tem receita de bolo, mas essa se entendermos isso passaremos a ouvir mais nosso coração.

Eu gostaria de poder dizer que para acabar com um ataque de birra você deve seguir a seguinte fórmula mágica... Mas talvez não funcione com você. E isso não quer dizer que seu filho tem problemas. Quer dizer apenas que é preciso tentar de outro jeito. Existem algumas técnicas que podem ser usadas e que, na grande maioria das vezes funciona. E sabem por que funciona? Porque envolve a conexão da mãe/pai com a criança. Sem isso, naturalmente, será difícil controlar o ataque. Você pode utilizar o método do deixar chorar, pode colocar no castigo, pode ameaçar tirar algo que a criança goste muito. Mas todas essas técnicas envolvem você tirar da criança a capacidade dela aprender a lidar com as suas emoções. Porque os ataques de birra são isso: a criança tentando aprender a lidar com suas emoções.

O que precisamos fazer com a criança quando ela entra em uma crise comportamental é orienta-la de forma que seu cérebro direito se conecte com seu cérebro esquerdo unindo razão e emoção. Durante a crise temos predominantemente em ação o lado emocional, levando a criança a uma situação de grande stress. Nesses casos, você precisa primeiro, se conectar emocionalmente com a criança. Não tente dizer a ela que aquela atitude esta errada e precisa ser corrigida. Quando a criança vive uma emoção muito intensa, todo seu lado racional acaba sendo “sequestrado” pelo lado emocional. Depois que a conexão estiver estabelecida, a criança estará mais controlada e receptiva a receber as lições de disciplina.

Se você ainda tem dificuldades em se conectar com seu filho, procure tirar o foco dele do que o levou a ter a crise de birra. Proponha alguma brincadeira, faça com que ele se movimente. Colocar a criança em movimento auxilia o cérebro a se desconectar daquela emoção forte. Procure não perder o autocontrole, lembre-se sempre que o adulto da cena é você. Use técnicas de respiração para se acalmar, se for preciso. Quando você não se deixa alterar pelo estado emocional da criança fica mais fácil encontrar uma saída. E, acima de tudo, esqueça qualquer pessoa que você acredite que esta te julgando naquele momento.

Quem já vivenciou um dia “daqueles”, em que a única coisa que pensava era conseguir sobreviver, sabe do que estou falando. Mas quando nos tornamos mães e pais buscamos algo além de sobreviver. Se você, assim como eu, acredita que é possível se conectar verdadeiramente com seu filho e que isso lhe trará ferramentas capazes de fazê-lo prosperar, curte e esse texto e vamos juntas mudar o mundo através da maternidade.


ataque de birra maternidade alem do infinito

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