Gabriela Braun
Conexão - A chave para uma educação respeitosa
Hoje eu acordei e escrevi no meu diário sobre conexão. Venho estudando e falando sobre isso há algum tempo. Conversando com uma amiga, ela me falava sobre a sua percepção na forma como os pais criam seus filhos nos dias de hoje. Então eu decidi escrever um pouco sobre isso. E quero começar dizendo, desprovida de qualquer pretensão, que precisamos baixar a guarda e abrir o coração para falar sobre maternidade. Escuto muito a seguinte frase: política, religião e futebol não se discutem! Você já ouviu isso? Estou quase arriscando dizer que o tema maternidade e educação de filhos esta entrando nesse meio de assuntos “polêmicos”.
Porque todo assunto que envolve muito julgamento é polêmico. E você quer um tema onde o julgamento esta presente 24h por dia? A maternidade! Essa minha amiga me disse: sim, julgamos o tempo todo, é muito difícil não julgar. E é verdade, julgamos o tempo todo. E quando julgamos colocamos a nossa forma de decifrar a realidade sobre a do outro. O outro é o outro

Foto: Imagine Love Photo
(profundo né? J). Mas é verdade. Cada pessoa tem a sua forma de enxergar a realidade, por isso, quando julgo, eu coloco a minha visão sobre a do outro. Com isso, não consigo estabelecer uma conexão, ou seja, criar empatia, pensar como ele. Aquilo que é bom para mim, nem sempre é para outra pessoa (alias, na maioria das vezes não é). Porque somos seres únicos, mas conectados. Quando julgamos, rompemos a conexão.
Para que eu possa falar sobre maternidade é preciso que você esteja disposta a ouvir. Mas ouvir com o coração, deixando de lado qualquer pré-conceito que você tenha. Eu vou às livrarias e encontro muitos livros sobre esse tema. Fico encantada porque acredito, de verdade, que quanto mais pessoas existirem falando sobre isso, mais mães dispostas a repensar a maternidade surgirão.
Escrevi tudo isso porque quero que você leia este texto com o coração. Porque talvez você não concorde com o que vou escrever aqui e tá tudo bem. Só preciso que você reflita sobre o assunto, com o coração aberto.
O ser humano não nasce pronto para ser pai ou mãe. Nascemos prontos para gerar uma nova vida, esse é o processo evolutivo. Não nascemos prontos para educar. No entanto, em algum momento da história, ficou subentendido que faz parte do processo evolutivo nos tornamos mãe e pai. E veja bem, eu pensava assim. E sei que tem um monte de gente que pensa diferente e vem buscando mudar essa realidade. Somente quando me dei conta que a maternidade ia muito além de manter outro ser humano vivo é que percebi que eu não estava pronta para ser mãe. E foi nesse momento que decidi buscar ajuda. Fui ler, pesquisar, aprender tudo o que podia sobre educação e relacionamento de pais e filhos. Descobri um mundo de possibilidades além daquele que eu conhecia e acreditava ser a maternidade. E quanto mais eu aprendo, mais entendo que precisamos expandir essas novas possibilidades para o mundo.
E quando descobri esse mundo novo de possibilidades na educação e relacionamento com os filhos percebi que a conexão entre mães, pais e crianças é a chave para uma disciplina respeitosa e possibilitadora. Eu sei que não existe conexão maior no mundo do que a de uma mãe com seu filho. No entanto, essa conexão tem enfrentado muitas dificuldades. A rotina pesada de muitas famílias tem auxiliado no distanciamento entre pais e filhos.
Um dos maiores desabafos das mães tem sido a dificuldade de conversar com as crianças. “Parece que ele(a) não me escuta.” É o que ouço muito. A minha resposta vem sempre com outra pergunta: você escuta seu filho? Caminhamos a passos lentos no Brasil quando falamos em disciplinar com respeito. Muitas famílias ainda seguem os caminhos da permissividade total ou da punição exagerada quando o assunto é disciplinar. Mas existe outra opção, um caminho do meio, onde é possível educar com um olhar atento para as necessidades da criança, ensinando limites de forma amorosa e respeitosa. Para que isso funcione, a base esta na conexão. Na sua capacidade de compreender o que seu filho esta sentindo e vivendo e demonstrar empatia, auxiliando-o a encontrar o melhor caminho. Talvez você precise aprender a fazer isso. E esta tudo bem, porque nem sempre recebemos isso quando fomos crianças um dia. Só conseguimos dar aquilo que recebemos ou aprendemos.
Quando eu falo em deixar de lado o julgamento e abrir o coração para falar e refletir sobre maternidade, quero dizer que precisamos aceitar que ser mãe se aprende sim. Para conseguir conexão com seu filho talvez você precise olhar para dentro de você e embarcar numa viagem de autoconhecimento buscando compreender quem, de verdade, você é. Quais seus sonhos? Seus desejos? Onde esta a sua criança interior? Quando conseguimos olhar para dentro de nós mesmos, compreender e aceitar nossas imperfeições nos tornamos plenas e capazes de exercer uma maternidade com propósito, consciente das escolhas que fazemos na hora de educar nossos filhos. Você esta pronta para embarcar nesse trem?
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